viernes, 22 de noviembre de 2024

UNHA CONVERSA CON JORGE L. BUENO ALONSO SOBRE AS TRADUCIÓNS DE POESÍA MEDIEVAL DE J.R.R. TOLKIEN


O inglés J.R.R. Tolkien é ben coñecido por obras súas coma The Hobbit ou Lord of the Rings, que se teñen levado en máis dunha ocasión á gran pantalla e que forman xa parte da cultura popular, ata tal punto que mesmo quen non leu os libros coñece os nomes de moitos dos personaxes creados polo autor. O que quizais sexa menos coñecido é a súa labor coma tradutor de textos poéticos medievais ingleses, unha tradición literaria que tivo unha influencia senlleira na propia creación poética tolkieniana.


Un dos meirandes especialistas tanto na obra de Tolkien como no eido da poesía anglosaxona e da época medieval inglesa é Jorge Luis Bueno Alonso, profesor titular de literatura inglesa na Universidade de Vigo e director ademais do Servizo de Publicacións desa institución tan querida para min, pois no seu campus vigués estudei eu Filoloxía Inglesa hai xa moitos anos. De feito, fun alumno de Jorge nese tempo de tan boas lembranzas persoais, e ao longo dos anos, intereses comúns coma a literatura, o cine ou o Celta mantivéronme en contacto con el. Recentemente tiven a oportunidade de parolar con Jorge nun novo episodio do podcast El Envés de la Página, na miña canle de YouTube, e durante hora e media conversamos sobre un novo libro que vén de publicar na editorial Minotauro. Trátase da tradución ao castelán por parte de Jorge da versión ao inglés actual que Tolkien fixo de tres importantes poemas medievais ingleses (Sir Gawain and the Green Knight, Pearl e Sir Orfeo) e que ficou inédita ata despois do seu falecemento. A tradución de Jorge amosa o típico rigor que atopamos en todos os seus traballos e presenta en castelán tres textos imprescindibles da tradición literaria medieval británica cos que gozarán tanto os lectores de Tolkien coma os amantes da poesía en xeral. Na conversa temos tempo tamén de tratar as traducións de Jorge ao galego de diversos textos coma Beowulf, o propio Sir Gawain ou as adiviñas do Exeter Book, todos eles publicados pola excelente editorial canguesa Rinoceronte. Déixovos aquí a conversa completa por se vos interesa e recomendo que procuredes calquera de estes deliciosos libros traducidos por Jorge, a quen agradezo a súa participación no programa.




ANTÓN GARCÍA-FERNÁNDEZ


martes, 12 de noviembre de 2024

A LUZ DAS PALABRAS (97) João Pedro Mésseder

 




João Pedro Mésseder (seudónimo literario de José António Gomes) é un escitor portugués a quen eu lle teño en grande estima.

Boa persoa, comprometido social e literariamente coas boas causas, intelixente, grande investigador, conferenciante e mil cousas máis, João Pedro Mésseder tiña que estar en Versos e aloumiños nesta sección A luz das palabras.

Por moitas cousas, xa que á súa mestría como escritor é enorme, ademais do seu concepto ético e humanista, faino merecente de que leamos as súas palabras e gocemos delas.

 

João Pedro Mésseder nun acto literario (Foto. Novos Livros)

Pedímoslle dende este blog-revista un texto sobre o que a el lle parecese acaído e agasallounos cunhas liñas fermosísimas sobre a poesía infantil e xuvenil e tres poemas, que son excelentes.

Podedes lelos deseguido e seguro que vos vai interesar dende as primeiras liñas.

 

Grazas, prezado amigo, pola túa xenerosidade sempre.

É un pracer e unha honra que figures nun espazo que nós coidamos con moito agarimo.


O noso autor cun libro marabilloso sobre as maneiras de mirar Porto



                                         Poesia infantil e juvenil?

 

Questão que tantas vezes me coloco: o que é, para mim, a poesia infantil e juvenil, ou, como prefiro dizer, a poesia para a infância e a juventude? E porque a escrevo? (Essa poesia que sei imprescindível à educação literária dos mais jovens e à formação do espírito crítico, da capacidade de analisar criticamente o mundo e os discursos da manipulação.)

Enquanto poesia, que é ou deve ser, não a distingo da outra. Ela é sempre expressão duma subjectividade peculiar, captura de um instante, específico modo de encarar a vida e desvelar o real. E é uma certa forma de acrescentar beleza à beleza do mundo e de contrariar a fealdade e o horror. Sempre lerei com idêntico prazer e proveito os poemas escritos por um Pessoa, um Sidónio Muralha, um Manuel António Pina, uma Gloria Fuertes ou um Guillevic, um Mário Quintana, uma Cecília Meireles ou um Vinicius de Moraes, quer esses poemas tenham sido escritos “para niños” (lembrando aqui o enorme Federico García Lorca e os seus versos) quer para um público adulto preferencial. E a criação poética de um Gianni Rodari? Essa, para dar um exemplo mais, será sempre uma escrita maior em qualquer tempo e lugar, e qualquer que seja o seu leitor.

Há, contudo, traços semânticos, formais e expressivos (e até ousadias) em muita poesia – e naturalmente, por maioria de razão, na dita infantil – que creio poderem suscitar a adesão dos mais novos. A musicalidade, em primeiro lugar; a concretude visual e/ou acústica do poema; a própria concretude do seu léxico; a sensorialidade das suas imagens e ritmos; ou ainda aquele estranhamento que, por vezes, o absurdo, o nonsense podem gerar em quem escuta ou lê. (E, nas primeiras idades mas não só, o recurso à voz e, claro está, ao canto e à música parece-me factor essencial de motivação dos mais pequenos para a poesia.)

Costumo aliás pensar que o jogo (linguístico, poético) e até o chiste – que tão presentes se encontram nas escritas das vanguardas históricas (dadaísmo, surrealismo, futurismos e outros -ismos ligados ao modernismo literário, nas suas diversas expressões nacionais do Ocidente) –, o jogo, dizia eu, acabou sendo, precisamente, um dos traços que vieram contribuir para o surgimento, ou, se preferirmos, para a libertação desse modo de expressão literária a que hoje, por comodidade, tendemos a chamar “poesia infantil e juvenil”. Veja-se o caso de Fernando Pessoa em Portugal, com os seus “Poemas para Lili”. E, por outro lado, veja-se o de um original artista plástico e também notável escritor modernista, Almada Negreiros, que, sem propriamente os destinar à infância, nos legou textos que quase poderíamos dizer de poesia infantil, como “A Invenção do Dia Claro” (1921) – perfeito exemplo de uma “sofisticação da simplicidade”, num texto heterogéneo e admirável, como que saído da voz de um menino.

É pois um espaço de liberdade e de aventura (e, convém acrescentar, de comunicabilidade) o que a criação poética para a infância me tem proporcionado. E por isso tenho cultivado distintas formas e géneros: dos versos ritmados e cantantes ao haiku, do micropoema em prosa à poesia narrativa, do aforismo poético ao texto para canção, passando, aqui e acolá, pelo poema visual. E o mesmo diria em relação à dimensão semântica da poesia, embora me sejam “naturais” certas inclinações ideotemáticas – sendo que, de algumas, todavia, nem sempre terei consciência. Duas apenas: a defesa da paz e a preocupação com a justiça social, sem as quais a liberdade é coisa morta.

Uma nota final: acontece-me, ao organizar um livro, lembrar-me de algum texto escrito “para adultos” que reconheço como susceptível de ser incluído num poemário para os mais novos. E então aí, não hesito. Um exemplo? Esta espécie de haiku com que remato, que escrevi há dois anos talvez e integrarei em livro próximo:

 

FAROL

 

Em terra

o meu farol

é o mar.

 

 João Pedro Mésseder



E poñemos a continuación dous poemas comprometidos co ser 

humano, absolutamente necesarios, sobre todo nestes tempos que 

estamos a vivir.



Talvez esta nuvem

 

 

Talvez esta nuvem

conheça o teu nome,

menino de Gaza

tão cheio de fome.

 

Talvez esta nuvem

a vir do Oriente

me diga: está vivo

o menino doente.

 

Talvez esta nuvem

de longe a chegar

me traga notícia

da guerra a acabar.

(Foto de Save the Children)
 

Talvez esta nuvem

me conte que és vivo

à escola voltaste

e fazes amigos

 

na tua terra livre,

na tua terra livre.

 

 

11-8-2024

 

 

  

João Pedro Mésseder en Vigo (Instituto Camões)




Se

 

 

E se em vez de cair

uma bomba

(Foto de La Sexta)
pousasse acolá

uma pomba

ou se erguesse

uma tromba

de elefante

ou se ouvisse

um gato

miante

ou se visse

(Foto de Mascotea)
um melro

pinchante

e talvez cantante

e assim por diante?

E se em vez de cair

uma bomba

crescesse acolá

uma árvore

e debaixo da árvore

um menino

e ao lado da árvore

(Foto de Naturalist)

uma casa

e à porta da casa

os seus pais

sossegados corações

como o dele

o menino tão vivo

tão livre e tão vivo o menino

como o mar

em frente

à casa?

 

 

12-8-2024

 

 

JOÃO PEDRO MÉSSEDER



 

Antonio García Teijeiro e João Pedro Mésseder no Camões en Vigo

martes, 5 de noviembre de 2024

CONFERENCIA DE ANTONIO GARCÍA TEIJEIRO NA ESCOLA DE EDUCACIÓN E TRABALLO SOCIAL EN OURENSE

 

Antonio García Teijeiro nun intre da conferencia



Sempre me gustou ir falar ás Escolas de Maxisterio, hoxe Facultades de Educación. Coido que o alumnado que estuda para ser mestra ou mestre debe ter un coñecemento profundo dos libros que se publican para elixir as mellores obras coas que compartir nas aulas cos pequenos a maxia da lectura.

Non é moi doado. Sinto que falta esa inquedanza cultural nas novas xeracións, que se le menos do que se debería e que hai que actualizarse nun eido tan importante.

Falándolle ao alumnado

E se falamos de poesía (e de teatro) as eivas que existen son inmensas. De aí o meu interese para enchelas de contido.

Non pode ser. A poesía gusta aos rapaces e rapazas se hai alguén que os motive. A figura do mediador/a faise imprescindible para contaxiar ese amor pola literatura.

Dáme medo que sexan as editoriais, a través dos comerciais, quen  marquen as prescricións nas escolas. A calidade debe primar sobre outros obxectivos que pouco (ou nada) teñen que ver coa paixón pola lectura.

E se o alumnado non le, estamos perdidos.

O venres, 25 de outubro, estiven na Facultade de Educación e Traballo social en Ourense.

Alí, dentro dunhas xornadas – Ciclo de Literatura infantil e xuvenil. Lecturas dende a diversidade- falei deste tema para moito alumnado e tamén lle comentei a necesidade da poesía na escola.


 

Un programa moi interesante no que estiveron escritores e ilustradores como Carlos Labraña, Érica Esmorís, María José Floriano e Pablo Otero, baixo a dirección entusiasta de Isabel Mociño, Carla Míguez e María González.

Tamén fun entrevistado por alumnas na radio da Facultade, que me preguntaron sobre múltiples temas, tanto persoais coma literarios.


Un momento da entrevista radiofónica


A miña conferencia, con lectura de poemas meus incluídos, foi gravada e Versos e aloumiños recóllea no audio que vén deseguido.

 

Outro momento da charla

 

Agardo que resulte interesante para todas esas persoas que cren na poesía como unha ferramenta de formación intelectual dende xa as primeiras idades.








sábado, 26 de octubre de 2024

CATAVENTO DE POEMAS INFANTÍS (XC): "Pirata pregunta por ti", de Ana María Fernández

 





ANA MARÍA FERNÁNDEZ  (Palma de Mallorca, 1949)

 

 

Contrasinal

 

O enigma da música volve ser o contrasinal

das miñas tardes solitarias.

Noa e Andrés, os meus irmáns, xa están

Ana María Fernández
lonxe. Noa estuda en Milán e Andrés en

Londres.

Onde me tocará a min cando chegue o

momento?

Non sei se decidirme pola música, pero

miña nai di que primeiro hai que descubrir

outras cousas e, por suposto, outras

afeccións.

E mentres pasa o tempo, estas tardes

aburridas abren a caixa máxica de

presentir outros mundos, que aínda están

por chegar.

 

 

A GUITARRA

 

Á tardiña volvo á miña guitarra.

Abrázome ás súas cordas,

que agora están desconcertadas,

cubertas de días aburridos,

desafinadas…

Quero volver cun traxe novo,

pero de andoriñas,

con voces tamén novas,

de chuvia fina.

Todo é sonoro

no silencio da miña guitarra vella

e, ao mesmo tempo,

todo está por soar.

Que ninguén me fale agora!

 

 

(Do libro Pirata pregunta por ti, editado pola Editorial Galaxia na súa colección Árbore. 2024) e ilustrado por Lili Algo)

 

 



viernes, 18 de octubre de 2024

PACO ABRIL E ANTONIO GARCÍA TEIJEIRO DIALOGAN SOBRE LITERATURA NA LIBRERÍA "LA OREJA VERDE" EN XIXÓN

 

Da esquerda á dereita: Paco Abril, Lorena Fernández e García Teijeiro


Como indica o cartel, o encontro dentro do programa de librerías Afinidades Electivas, celebrouse en Xixón un acto marabilloso arredor da literatura (conto e poesía) e a súa relación coa infancia.

Tivo lugar  na librería La Oreja Verde, que dirixe unha muller creativa, eficiente e amante da cultura como é Ana López Chicano.

 

Antonio García Teijeiro e Ana López Chicano

Paco Abril, un artista total, un estudoso da literatura, activista cultural, escritor necesario, organizador de proxectos arredor da lectura, guionista, articulista, creador plástico e moitas cousas máis é un referente da LIX española e interveu xunto a Antonio García Teijeiro para falar das súas obras respectivas.

 

Paco Abril no acto

O acto estivo presentado e moderado por unha muller extraordinaria, Lorena Fernández, violinista e especialista en didáctica da música e da pedagoxía, que desenvolveu o seu labor dunha maneira rica e acaída ao que alí se expuso.

Foi un tempo espectacularmente afectivo, crítico e cheo de literatura.

Houbo lectura de contos, de poemas e o público saíu entusiasmado.

 

Antonio G. Teijeiro le un poema de "Poemar o mar"

Canto se botan en falta momentos así! Minutos para construír, para salientar a palabra literaria, para animar a que se lea poesía, para que se conten contos, para valorar o libro como ferramenta esencial nos tempos que corren.

Falouse de todo isto e máis. As propias experiencias coa literatura de fondo estiveron presentes e o clima que se respirou na librería foi de emoción, interese e agarimo.

 

 

Paco Abril mostra un suplemento cultural que dirixía

 Temos que felicitarnos porque proxectos coma este sexan promovidos polo Ministerio de Cultura e porque as librerías sexan o lugar que os acollan.

Nas bibliotecas e nas librerías o libro é o protagonista do lugar, está próximo ao lectorado e convértese en protagonista que, co seu silencio aparente, está a chamarnos para que nos acheguemos a el e poidamos gozar da literatura.

 


Como non podería ser doutro xeito, Versos e aloumiños non dubidou da necesidade de gravalo en audio e de poñelo á disposición das e dos interesados para que poidan vivir a maxia alí creada.






miércoles, 9 de octubre de 2024

FAíSCAS (23) Entrar na poesía para maiores de Gloria Fuertes é un deber.

 



Hoxe quero reivindicar a Gloria Fuertes. Sei que, ás veces, fun algo inxusto con ela. Un erro lamentable pola miña parte, que debo saldar.

Hai xa tempo que a adoro. Hai xa tempo que deixei á marxe certos prexuízos estúpidos de soberbia ridícula.

Coñezo mellor a persoa, valoro o seu traballo, reivindícoa nas ondas e estou prendado da súa poesía para adultos.


Un poemario de Gloria Fuertes



Unha muller que sempre foi “poeta de garda”, que foi perseguida culturalmente, que censuraron os seus poemas para adultos e sempre mantivo unha dignidade fóra de dúbidas.

Unha muller que comezou escribindo contos e versos para os nenos e as nenas dos anos sesenta, que escribiu en xornais e revistas infantís (e non só), que creou unha biblioteca ambulante e que sempre estivo do lado dos nenos/as e dos desfavorecidos.


Gloria Fuertes

Escribiu poemas para maiores co mesmo espírito co que escribía para a infancia e, talvez, viceversa. Humor, ironía e críticos.

Comprei o primeiro libro de Gloria, alá polo ano 1979 máis ou menos. Era o poemario Poeta de guardia, que me entusiasmou. Este poemario é unha referencia indiscutible na poesía crítica e social da literatura española e  unha obra capital para entender el arte e a personalidade da poeta. Editado en 1969 por Lumen na súa colección El Bardo, foi reeditado seis anos despois. Esta é a edición que teño coa que me sinto moi ben acompañado.

 




Hai uns anos, un xornal, que non lembro agora, pediume unhas reflexións sobre Gloria Fuertes. Fíxome pensar o encargo e neste punto quero compartilo co lectorado de Versos e aloumiños.


 

       -¿Qué te sugiere o nos puedeS decir sobre Gloria Fuertes?

 

Gloria Fuertes me sugiere lucha, amor por el ser humano, convencimiento de que la poesía es necesaria para las personas, comenzando por los pequeños. Su influencia en la poesía infantil es indiscutible. Tal vez le faltó a su obra en este aspecto, al final, algo de contención. Pero ella consiguió ser una poeta con voz propia, con un estilo coloquial que enganchaba. Escribió una poesía irónica, con humor ácido, muy directa. Creó nuevos espacios y nuevas formas de expresión poética y su obra y su actitud ante la vida son muy versátiles, con lo que consiguió conectar con públicos muy diferentes. Es una gran desconocida como poeta de adultos y creo que debemos  acercarnos sin vacilar a esa faceta suya que es muy interesante.

      

 -Qué poema, de los que escribió, nos puedes ofrecer que sea tu preferido, favorito, o te encanta por algún motivo especial

      

No se puede hablar de un poema en una autora con tan gran número de libros publicados.

En el reciente libro “Poemas de la Oca Loca” (Ed. Kalandraka) podemos leer poemas muy irónicos, humorísticos y llenos de ritmo. Por ejemplo, Cómo se dibuja un canguro, un poema que comienza así:

Un canguro para todo / se dibuja de este modo: / Si se mira en el espejo, / tiene cara de conejo, / las orejas estiradas / y muy dulce la mirada. / Delgaditas y muy finas / son las patas delanteras, / muy fuertes y musculosas / -las traseras-. (…) Y continúa.

 

  -Por qué es necesario  o positivo leer poesía

 

La poesía es necesaria para crecer por dentro, para conocer ciertas realidades que, a veces, nos pasan desapercibidas y el o la poeta ponen allí sus ojos y su corazón. Sirve para conocernos mejor, conocer lo que nos rodea. para reír, para llorar, para cantar, para ser más alegres. Para estar cerca de la belleza, para comprender el verdadero tesoro que son las palabras, para estar más cerca de la música. Y hasta para el dolor de cabeza, para el dolor de muelas y para cuando no sabemos la lección. Los versos abren caminos y es un placer seguirlos. Poesía es vida.


Gloria Fuertes

Deseguido, tres poemas de Gloria Fuertes para completar as palabras 

que se levan ditas neste artigo.

 

 

 

 

JERGÓN DE RECUERDOS

 

 Que todos necesitamos

un cuarto de soledad,

un kilo de llano;

una alcoba sin nadie,

un páramo,

un jergón de recuerdos

donde sufrir a gusto.

 

 

 

POEMA

 

 La soledad te mancha,

la tristeza te expone,

a cometer pecados -sin nombre-.

 

Estoy con los que nadie está.

Con los que tienen vómitos de lágrimas

y nadie los va a visitar.

 

Y me pone nerviosa ese viejo envidiable

que le da por ir al Cementerio a pasearse.

 



SALE CARO SER POETA

 

 

Sale caro, señores, ser poeta.

La gente va y se acuesta tan tranquila

-que después del trabajo da buen sueño-.

Trabajo como esclavo llego a casa,

me siento ante la mesa sin cocina,

me pongo a meditar lo que sucede.

La duda me acribilla todo espanta;

comienzo a ser comida por las sombras

las horas se me pasan sin bostezo

el dormir se me asusta se me huye

-escribiendo me da la madrugada-.

Y luego los amigos me organizan recitales,

a los que acudo y leo como tonta,

y la gente no sabe de esto nada.

Que me dejo la linfa en lo que escribo,

me caigo de la rama de la rima

asalto las trincheras de la angustia

me nombran su héroe los fantasmas,

me cuesta respirar cuando termino.

Sale caro, señores, ser poeta.

                                                                                                                                                                                                                                                                              (De Poeta de guardia)

 






                                                                                                Antonio García Teijeiro