sábado, 25 de junio de 2016

CATAVENTO DE POEMAS INFANTÍS ( LI ) João Manuel Ribeiro







JOÃO  MANUEL  RIBEIRO  ( Oliveira de Azeméis, 1969)





A LUA LUADA


João Manuel Ribeiro
A  lua  é  de  prata,
a  lua  é   un  prato,
a lua  está  no  papo,
a  lua  seduz  o  sapo.

A  lua  caiu  no  charco,
a  lua  andou  de  b arco,
a  l.ua  perdeu  um  quarto:
-          nesta  lua nem  eu  embarco.





TEMPORAL


Zangou-se o tempo
e armou tal
temporal
que o sol amuou,
a chuva trabalhou
e ficou o vento
sem movimiento
para tantas tropelías.

Zangpu-se a flor
pelo prejuizo
causado polo tempo
que, com tal idade,
já devia ter juizo
para, como ninguén,
por de bem
a chuva e o sol.

Zanguei-me eu,
que,  sem  tento,
vi pasar o tempo
sem o poema abreviar
nem ir brincar
para a rua
namorar a lua…
(que nào cabe nesta zanga).





PARELHAS

Com papas e bolos
se tapa a boca
aos meninos tolos.

Ilustración de Anabela Dias
Com sal e pimenta
se dobra a língua
a quem palavrões inventa.

Com alhos e bugalhos
se temperam e assinalam
caminhos e atalhos.

Com rimas e versos
se capta a atençao
de meninos dispersos.





PELO MURO ACIMA E ABAIXO


Pelo muro acima vai um caracol
com a barriga no chão e os cornos ao sol.
Pelo muro abaixo vem um lagarto
com a barriga vazia e o olhar farto.





(Do libro Poemas para brincalhar, editado por Ediçao Trinta por uma linha. 2009)