lunes, 25 de marzo de 2019

JOSÉ ANTÓNIO GOMES FALA DE CATRO LIBROS QUE QUERO en "Abril Abril-o outro lado das notícias"

José António Gomes


José António Gomes é unha desas persoas que posúen un magnetismo especial. En canto o ves e cruzas dúas palabras con el, xa te sentes atrapado pola personalidade que reflicte.

     José António Gomes está en constante invención de proxectos arredor da literatura, da súa pedagoxía e da creación de seu. Este portugués nado en Porto (1957), é poeta, narrador, ensaísta, docente e domina todos os paus do que a literatura comprende.

    Eu teño a honra de compartir, hai xa algúns  anos, unha mesa dentro do Máster de LIX da USC, do que a marabillosa Blanca-Ana Roig Rechou é a verdadeira alma. Resulta moi pracenteiro cambiar impresións con el, escoitalo falar, recitar e conversar sobre todo aquilo que afecta ao ser humano. A súa sensibilidade e o seu compromiso son dúas das cualidades ben patentes no xeito de actuar deste home.
 
Con José António compartindo mesa no Máster de LIX (USC)
     
     Pois resulta que José António publicou en Abri Abril-o outro lado das noticias, un roteiro  político – cultural mensual  diversos artigos (un deles sobre os 50 anos do concerto de Paco Ibáñez no Olympia) e neste espazo prestixioso tivo a ben falar duns meus libros.
     
     Unha satisfacción enorme que me encheu de felicidade.
     José António Gomes volveu demostrarme, unha vez máis, a súa xenerosidade e mais o seu agarimo.
     
     Moitas grazas, mestre.











Novos livros ilustrados e não só


                                                                         José António Gomes


Falei de Paco Ibañez. Pois bem, o cantor de «Soldadito boliviano» musicou também poemas escritos em outros idiomas do estado espanhol que não o castelhano.

      Entre eles, contam-se os do várias vezes premiado poeta, de Vigo, Antonio García Teijeiro (n. 1952), responsável pelo interessantíssimo blogue de poesia, literatura infanto-juvenil e música Versos e Aloumiños, em constante actualização. Devotado à criação poética – mas também narrativa – para a infância e a juventude, e à poesia em geral, García Teijeiro exprime-se ora em galego ora em castelhano e é um poeta do mar, da música (uma das suas paixões) e da paz, e um cultor também duma ecopoética que não se exime de denunciar as ameaças que pendem sobre o ambiente e o planeta. Mas revela-se também como um exímio explorador da dimensão lúdica e visual das palavras e do texto, e como um pedagogo da sensibilidade humana e artística, em especial nos seus livros de versos para a infância (uma antologia desta sua poesia estará para ser publicada, em breve, em português).


     
     Assim ocorre em livros como Paseniño, paseniño (Xerais, 2018), acompanhado de um CD musical com poemas recitados pelo autor. Uma obra não apenas para os mais pequenos, mas para todos, que seduz também pela qualidade poética e plástica das ilustrações de Marcos Viso.

     Outro exemplo é Caderno de Fume (Edicións Embora, 2018), com boas ilustrações de Leandro Lamas, também para a infância, que explora poeticamente o motivo do fumo e o seu potencial em termos de alargamento do imaginário e de sensibilidade à materialidade da palavra – questões essenciais na educação poética.



     Muito desafiante também um terceiro livro, desta feita escrito em castelhano, para jovens adultos e adolescentes, cujo título é todo um programa: Escritos en el Viento: Narraciones y poemas en torno a Dylan (Verbum, 2017). Trata-se de uma parceria com o escritor catalão Jordi Sierra I Fabra, na qual alternam textos narrativos breves e poemas que, de algum modo, comentam as composições do autor de «Blowin’ in the wind», tomam-nas como motes e prestam tributo a Dylan.


     Já em Poesia Cromática (Belagua, 2017), é-nos proposto um livro singular de poesia e pintura (a de Xulio García Rivas), em princípio destinado a um público adulto: García Teijeiro escreveu poemas a partir dos quais García Rivas pintou; em seguida, a pintura desencadeou nova escrita e esta, por sua vez, nova pintura. O resultado é uma aventura poética e visual muito sedutora, até porque nela se integra a caligrafia do poeta, pois cada um dos poemas surge também em forma manuscrita, nas páginas ilustradas.



     Termino estas sugestões de obras em galego (a última em castelhano) com um convite à audição de Paco Ibañez, que musicou poemas de Teijeiro, como «Pomba» e «Que ocorre na Terra».